terça-feira, 31 de agosto de 2010

Amarcord emociona descendentes italianos

A tarde do dia 29 de agosto, domingo, foi inesquecível para os muitos descendentes italianos que residem na Colônia do Giarola. O grupo italiano, Amarcord, emocionou uma plateia de cerca de 500 pessoas. A banda interpretou os grandes clássicos da música erudita da Itália com um toque mais popular, usando elementos teatrais, bateria e baixo. O espetáculo foi o ponto alto do 2º Almoço de Confraternização das Colônias Italianas, realizado na Capela de Nossa Senhora das Mercês.
Entre os meses de agosto e setembro de 2010, o Festival Palco Itália Itinerante, organizado pela Associação Ponte entre Culturas, em parceria com a Associação Cultural Ítalo-Brasileira (Acibra), promoverá a circulação do Gruppo Amarcord - Cia. Italiana de Teatro e Ópera Minas Gerais, por quatro estados: Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro, visitando um total de 15 cidades. O Projeto Palco Itália tem a finalidade de promover o intercâmbio cultural e artístico entre Itália e Brasil, ampliar a rede de cidades, comunidades e pessoas interessadas na pesquisa e na preservação da memória da imigração italiana e fortalecer a ligação entre os dois países.
Segundo a cantora e única brasileira da banda, Susie Georgiadis, a ideia nasceu por meio do Cláudio Martiolli, o fundador do grupo. A intenção é de levar a música lírica para um público vasto, de maneira alegre e descontraída. “A gente trabalha com árias de ópera e peças eruditas, mas com arranjos diferentes, com baixo elétrico e bateria. É inovador e ajuda a levar esse tipo de música para um público maior. Em nossa apresentação em Barbacena, no dia 28, estava muito frio, mas muita gente ficou até o final, dançou e se divertiu. As crianças participaram, é importante que desde pequenos tenhamos contato com uma música erudita, não tão comum no Brasil”, afirmou a cantora.
O diretor artístico do Amarcord, Claudio Mattioli, reforçou que ópera é para todos, não só para os intelectuais. Ele afirmou que se interessa pelos costumes brasileiros. “Gosto de tudo do Brasil, sua música, povo, cultura e comida. O Brasil tem grande tradição na ópera, muitos teatros brasileiros são especialistas nesse tipo de música. A música tradicional e popular brasileira tem elementos muito interessantes, principalmente o Samba e a Bossa Nova”, comentou o italiano da cidade de Modena.

Encontro
A confraternização dos descentes italianos começou às 12 horas, com um almoço meio italiano meio brasileiro, preparado pela comunidade. No salão da Capela, quase 600 pessoas almoçaram esperando pelo espetáculo dos italianos. O descendente, Ildo Giarola, de 68 anos, afirmou que o evento era uma boa oportunidade para entrar em contato com a cultura daquele país. “Está tudo muito bom. Eu sempre quis visitar a Itália. O show deu um gostinho”, elogiou Ildo.
O descendente italiano mais antigo do Giarola, Giacomo Taroto, de 81 anos, contou que, antes dele nascer, sua família emigrou para o Brasil porque a situação econômica da Itália estava enfraquecida. “Tem muito italiano e gringo aqui. Não tenho muito contato com a Itália, mas tenho vontade de visitar”, disse. A confraternização teve elementos brasileiros, Taroto descreveu como seria uma celebração apenas nos moldes italianos. “A festa italiana é diferente: é sob a sombra das árvores, com a panela de comida no chão. Mas essa mistura de culturas é boa”, afirmou o descendente.

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