terça-feira, 10 de agosto de 2010

23º Inverno Cultural - Balanço


Dia 31 de julho, com um público total de 80 mil pessoas, chegou ao fim o 23º Inverno Cultural da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). O Grupo Galpão apresentou a peça “Till, a saga de um herói torto” e, em Barroso, Diogo Nogueira encerrou o festival com muito samba. As Paisagens Sonoras criadas na cidade se articularam com a cultura e com a comunidade. Elas produziram um universo próprio, caleidoscópio plural e extenso de formas e expressões artísticas. Teve um pouco de tudo: poesia, dança, literatura, peças teatrais, maquiagens, batuque, lançamento de livros. Na música, os participantes experimentaram uma multiplicidade de sensações: rock, samba, rap, progressivo, erudita, heavy metal, reggae.
Foram 15 dias de intensa atividade cultural, uma ciranda de informações, hábitos e costumes. A produção se manteve constante nas oficinas, interligando as artes e os sentidos. O reitor da UFSJ, Helvécio Luiz Reis, disse estar muito feliz com os resultados. “Apesar das dificuldades que tivemos, superamos, e muito, todas as expectativas em relação à 23ª edição do Inverno Cultural”, disse Helvécio Reis.

JustificarBalanço positivo
De acordo com Helvécio Reis, a contribuição do festival para a cidade foi grande: muitos bares, restaurantes e hotéis estiveram lotados de consumidores. “Ao concentrarmos o Inverno Cultural no Cento da cidade, não há uma dispersão tão grande das pessoas após os shows. Com isso, os bares e restaurantes ficam mais integrados como um todo: cria-se um roteiro gastronômico e um fluxo turístico. Isso gera receita e emprego, movimenta a cidade e arrecada impostos. O benefício é muito maior do que R$ 15 reais em circulação para cada R$ 1 real investido pela UFSJ”, calculou o reitor.
Para o reitor, isso se deve ao clima positivo que o evento teve, iniciado pelo cortejo de abertura, que ele considerou o melhor já feito, por causa da ampla adesão popular e participação dos muitos setores de São João del-Rei. “A equipe envolvida na organização conseguiu manter esse clima de entusiasmo ao longo do Inverno Cultural. Foi muito bonito! Para mim, é um dos melhores eventos que fizemos. Tudo isso faz com que ele venha ainda mais forte para 2011, que seja o melhor de todos”, afirmou Helvécio Reis.
O coordenador geral do Inverno Cultural, Marcos Vieira Silva disse que o ponto forte do evento foi a participação da comunidade e a presença das pessoas em quase todas as atividades. “Todos os eventos tiveram casa cheia, a não ser os mais específicos. Outro aspecto muito positivo foi o envolvimento de quem veio fazer o festival: as pessoas acompanharam, foram aos shows, participaram do cortejo e fizeram oficinas. A população da cidade e os turistas viveram o Inverno Cultural”, reforçou Marcos Vieira.

De tributo a tema
Na edição de 2010, a organização mudou o formato do Inverno de tributo a um artista para um tema abrangente. O que suscitou dúvidas e críticas, mas o resultado foi considerado positivo. “Foi um sucesso e nos alivia, porque, ao fazer os tributos, a escolha da pessoa a ser homenageada era sempre um problema pela riqueza de opções. O tema nos tirou esse peso, tornou-se um formato possível e viável: consolidou-se. Foi um sucesso e chegou para ficar”, garantiu o reitor da UFSJ.
O coordenador geral do IC ressaltou que o tema, Paisagens Sonoras foi bem desenvolvido e ganhou o envolvimento da comunidade. “Nós conseguimos fazer com que cada área temática produzisse atividades e oficinas voltadas para a idéia central. Inclusive, a palestra do Arnaldo Antunes caiu como uma luva nas Paisagens Sonoras. Isso nos surpreendeu e superou nossas expectativas ”, disse Marcos Vieira.
Arnaldo Antunes ministrou a palestra Paisagens Sonoras no dia 29. Com fácil dicção, ele disse ter adorado o convite para apresentar sua produção literária e suas músicas. Arnaldo afirmou se senti ligado com o tema do festival. “Ao juntar o visual ao sonoro, dá um curto circuito sinestésico, ativando vários sentidos”, disse o artista.
Segundo Arnaldo, o mundo contemporâneo torna inevitável o contato com diversos tipos de linguagens. “Sou fascinado com esse trânsito entre experiências integrais que religam nossos sentidos.” E acrescentou, entre muitos aplausos: “hoje, pode-se baixar música na internet e ter acesso democrático à arte. Acho que as pessoas têm que baixar mesmo, faço música para ser ouvido”.

"No geral, não foi uma matéria difícil. Apurei muto mais material do que o utilizado no texto, mas me deu uma boa visão do que foi esse festival. Não me preocupei com as fotos também, porque uma equipe de profissionais e estudantes estavam fazendo a divulgação. O clima da cidade estava realmente muito bacana durante o IC, apesar dos frequentes atrasos, foi o que me motivou a fazer uma matéria positiva."

FOTO: João Heyden

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