Análise sobre o Signo Lingüístico, de Ferdinand Saussure; Professor: Paulo Henrique Caetano
Marcelo Alves
- Pode trazer outra Vodka aí!
- Fala aê cara, tudo sussa? Como vai a facu?
- Pô cara, vai bem demais, mas as aulas de linguística tão me matando. E por falar em linguística, isso aí que você pediu não é Vodka, é apenas um significante arbitrariamente ligado a um significado.
- Quê? Falei que você ia ficar doido! Quem te ensinou isso?
- Saussure.
- Sosire? È marca de Whisky?
- Não, é um teórico. Olha o livro dele...
- Quê é isso? Você trouxe um livro pro bar? É uma heresia etílica! Queridas não olhem!
- Para, para! È simples: Saussure define a palavra como o significado, sem relação motivada com a imagem conceitual, o significante. Entendeu?
- Óbvio que sim, como eu não entenderia algo tão simples? Vira o copo logo e volta pro mundo!
- Presta atenção: por que a Vodka se chama assim? Podia se chamar refrigerante, suco ou água...
- Água? Você agora foi longe demais, nova heresia. Larga de ser burro! Vodka chama Vodka porque é alcoólica e cinco vezes destilada. A faculdade ta retardando seu cérebro!
- Não, não! Eu queria dizer que qualquer outra palavra poderia nomeá-la. Mas Vodka foi o nome que nos aprendemos pela nossa tradição e é por isso que você a chama desse jeito.
- Isso é verdade, tenho bastante tradição alcoólica para comprovar a tese...
- E tem mais...
- Meu Deus me salva! Pensei que concordando ele ia parar!
- Seguindo o fato de que esse nome lhe foi imposto pela cultura, ninguém pode modificá-la, a menos que essa mudança seja acordada, adotada e assimilada por toda a sociedade.
- Verdade, peguei a ideia.
- Quer provar a teoria? Pede Rum e depois reclama, dizendo que você queria Vodka, ou seja, você a chama de Rum, isoladamente você ligou esse significado à Vodka. O garçom mandaria você fazer psicanálise!
- Lógico, queria o quê?
- Essa imutabilidade do signo linguistico garante o entendimento entre as pessoas. Só que o fato de as palavras mudarem garante a sobrevivência da língua...
- Tá loco? Como ela pode ser mutável e imutável ao mesmo tempo?
- Imagina se falássemos: Vamo chapa o coco. 30 anos atrás.
- Nó, o cara provavelmente se jogaria de cabeça na parede, ou bateria com uma chapa em um coco... mas o quê tem a ver?
- Tudo! O desenvolvimento da sociedade abandonou a palavra “embebedar-se”, ou “inebriar-se”; adotando “chapar o coco” no seu lugar e preservando a imagem conceitual, mas com outro significante.
- Ah! Sim, sim. Cara, não gostei desse papo, não. Mas foi interessante. Bora chapa o coco e deixa esse tal de Sosire de lado. Vamo falar de futebol ou de mulher...
Gostei do texto e o reproduzi no meu blog. Amei a criatividade. Faz um com Chomsky? Ah, coloquei a fonte viu!! Abraço!!!
ResponderExcluirNossa, mto bom seu texto! Publiquei seu link no meu twitter! Adorei, linguistas agradecem!
ResponderExcluirLiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiindo!
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