terça-feira, 15 de junho de 2010

Greve na educação é suspensa por 20 dias

Professores e alunos da Rede Estadual de Ensino voltaram à rotina no último 27 de maio. A greve dos profissionais em Educação foi suspensa por um acordo assinado dois dias antes, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Segundo o documento, o movimento está paralisado por 20 dias. Enquanto isso, representantes do Governo do Estado e do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SindUte) formaram um grupo de trabalho para revisar o Plano de Carreira e os vencimentos dos trabalhadores. As mudanças deverão ser incorporadas em 2011.
A reposição das aulas já foi agendada pelas escolas de São João del-Rei. Sábados, feriados e uma semana de julho serão usados como dias letivos até que os dois dias de paralisação e os 32 de greve sejam compensados. Para a diretora da E.E. Milton Campos, o Polivalente, Débora de Resende Lara, os alunos não sairão muito prejudicados. “Todos os professores voltaram, normalmente e os alunos estão regressando aos poucos aos estudos. O calendário segue a negociação feita pelo Sindicato e Estado. Os alunos terão uma semana de férias em junho e usaremos os sábados para as reposições. Também já retomamos as avaliações bimestrais”, explicou a diretora.

"A categoria foi muito guerreira, fez uma greve com muita classe, enfrentando o Governo mineiro e a Justiça. A mobilização terminou mais forte do que nunca" (Fufa)

O acordo que suspendeu a greve por 20 dias estabelece a formação de um grupo de trabalho para rever o Plano de Carreira dos servidores da Educação e incorporar vantagens. As alterações deverão entrar em vigor em 2011. “Suspensão de greve é sempre um processo penoso. A categoria foi muito guerreira, fez uma greve com muita classe, enfrentando o Governo mineiro e a Justiça. A mobilização terminou mais forte do que nunca”, afirmou a diretora do SindUte, Maria Nazaré dos Santos, a Fufa.

Avanços
Os profissionais acompanham, agora, os trabalhos da comissão que discute o Plano de Carreira e as vantagens incorporáveis aos salários. “Há um prazo de 20 dias para a comissão estudar o que pode ser incorporado ao vencimento e reestruturar o Plano de Carreira dos servidores. Isso é um avanço, porque a carreira estabelece um piso sem padrão nenhum”, elucidou Fufa.
O documento, também, garante que os grevistas não sofrerão nenhuma retaliação, seja salarial, com o corte do ponto, ou mesmo a demissão. “Foi revista a ação que tornava a greve ilegal. Isso é muito importante. Não houve corte de ponto ou desconto nos salários de quem fez greve”, informou a diretora do SindUte.
Além disso, outros ganhos da greve são: realização de concurso público para preenchimento de cargos na educação; processo de certificação de diretores escolares até o final do ano, com indicação de nomes pela comunidade; uniformes e equipamentos para os auxiliares; 20% de férias-prêmio; e pagamento de rateio aos designados e de adicionais por tempo de serviço.

“Foi revista a ação que tornava a greve ilegal. Isso é muito importante. Não houve corte de ponto ou desconto nos salários de quem fez greve” (Fufa)

Avaliação
O SindUte avaliou o movimento como positivo pelos seus resultados e coragem da categoria. “Houve o enfrentamento de armas poderosas, como corte de ponto, demissões e determinações judiciais, mas a categoria manteve o movimento, enchendo assembleias. Em São João, a paralisação não atingiu um indíce alto, girou em torno de 25 a 30%, mas foi um número de qualidade, as pessoas estiveram presentes e participaram das atividades. Essa greve contou com ousadia e abalou o governo”, comentou Fufa.

"Estava claro que a greve estava para mudar seus rumos. Não tanto por enfraquecimento do movimento, mas pelas pressões feitas pelo poder público mineiro. Dia 17 acontece a próxima Assembleia Estadual. É esperar para ver a avaliação dos trabalhos..."

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