sexta-feira, 7 de maio de 2010

Maria de Barro pode recuperar serra de São José

O coordenador do projeto Maria de Barro, sediado em Nazareno, Vinícius Martins Ferreira, alunos do curso de Geografia da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) e o vereador de Santa Cruz de Minas, Alexandre Silva do Nascimento (PT), o Xandele, fizeram uma visita de campo para avaliar as voçorocas da Serra de São José, localizada naquele município e em Tiradentes. A situação pode afetar mais de 100 pessoas, visto que um dos desbarrancados está se aproximando de uma das caixas d’água de Santa Cruz.

O encontro pode ser o início da recuperação do patrimônio ambiental. Para isso, o Executivo de Santa Cruz de Minas precisa se mobilizar e enviar projetos ao Governo Federal em busca de verbas.

A situação
As voçorocas da Serra de São José têm cerca de três hectares e 20 metros de profundidade. Tratam-se de grandes pedaços de terra improdutivos e sem nenhuma vegetação, erodidos com o tempo. Os desbarrancados causam deslizamentos, empobrecem o solo e agravam as enchentes. O fenômeno é motivado por desmatamento, crescimento urbano sem planejamento, desvios incorretos de água e agricultura sem os devidos cuidados.

Segundo Vinícius Martins, o caso da Serra de São José é grave, pois as voçorocas estão em estágio avançado de erosão e comprometeram a caixa de água da serra. “Lá no pé da serra havia uma lagoa, que já não existe. Isso é grave! Ainda tem o problema anual de enchentes, que as voçorocas agravam. Além disso, a caixa de água da Prefeitura está condenada, vai cair em dois ou três anos. Se arrebentar, vai comprometer o abastecimento de água da população dos bairros próximos”, avaliou o coordenador do Maria de Barro.

Soluções
Vinícius Martins, que, em 11 anos de experiência, ajudou a recuperar mais de 300 voçorocas, ressalta que a solução parte do engajamento dos políticos. “O primeiro passo é o interesse: os vereadores já o demonstraram, mas o Executivo tem que tomar as providências e fazer um projeto para captar recursos junto ao Governo Federal. Normalmente, todo esse processo demora de três a quatro anos”, explicou.

Segundo o vereador Xandele, “caso não haja diálogo e o prefeito não coopere, vamos acionar o Ministério Público, porque é uma situação de risco ambiental e social”.

"Muito bacana essa matéria. Subimos na serra com o técnico, que nos explicou a gravidade da situação: subimos na caixa d'água e, espantosamente, o deslizamento de terra está a pouco mais de dois metros da construção de concreto. O técnico nos disse que a chance da caixa cair em dois anos é grande e que, por isso, os políticos teriam de se mobilizar rapidamente para buscar verbas. O Projeto Maria de Barro é uma das iniciativas mais eficientes que tenho conhecimento. Parte de um base teórica acadêmica, conseguiu verbas e diversos prêmios e age muito positivamente nas comunidades, preservando e restaurando o meio ambiente e gerando empregos. Temos que parabenizar o Maria de Barro e estimular o surgimento de projetos, um bom exemplo de que as coisas ainda funcionam nesse País."

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