Os trabalhadores em Educação da Rede Estadual de Ensino de Minas Gerais decidiram, em assembleia realizada no dia 18, manter a greve por tempo indeterminado. Porém, a paralisação, iniciada no dia 8 de abril último e que chega a 66,2% dos profissionais, foi considerada ilegal pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), sob multa diária de R$ 10 mil reais em caso de descumprimento. O governo pede a volta imediata dos professores e admite o corte de ponto e as demissões. Sindicato e governo estão em processo de negociação para definir se haverá propostas concretas de reajuste salarial.
Em São João del-Rei, 26% dos trabalhadores estão parados, representado um impacto a, aproximadamente, 60% dos alunos. Todavia, com os empregos em risco, alguns professores voltaram, normalmente, às salas de aula. Outros também voltaram, mas não estão cumprindo o conteúdo escolar e lecionam cidadania.
Negociações
O comando de greve e representantes do estado estão se reunindo, toda semana, para encontrar um equilíbrio entre os interesses: a classe quer o piso nacional, o estado diz não poder pagar. O Sind-Ute espera que o piso da nacional da categoria, de R$ 1.312 reais, seja cumprido. O governo propõe formar uma comissão para rever a composição salarial da categoria. Caso a proposta fosse aceita, a greve seria suspensa. Porém, até o fechamento dessa edição, nenhuma posição oficial havia sido tomada.
A greve dura mais de 40 dias e conseguiu alguns ganhos. Tais como: realização de concurso público para preenchimento de cargos na educação, processo de certificação de diretores escolares até o final do ano, com indicação de nomes pela comunidade; uniformes e equipamentos para os auxiliares; pagamento de rateio aos designados e de adicionais por tempo de serviço.
Polivalente
A Escola Estadual Governador Milton Campos, o Polivalente, localizada no bairro de Matosinhos, é uma das maiores escolas estaduais de São João del-Rei. De seus 73 professores, 42 estão em greve. Segundo a diretora Débora de Resende Lara, essa é a escola com maior número de professores no movimento. “Minha posição é de respeito aos professores, uma vez que a escola não pode interferir no movimento. Estamos tentando organizar os horários para atender os alunos e ficamos aqui em horário integral para esclarecimento aos pais. A diretoria não pode fazer movimento nenhum contra a greve, que é um direito adquirido. Só podemos respeitar”, afirmou.
A professora de Física do Polivalente, Geórgia Priscila Silva Souza, está trabalhando, mas diz ser favorável à greve. “Sou completamente a favor, ela é legítima. Só que sou contratada, não sou efetiva e fiquei receosa quanto a suspender os trabalhos”, explicou.
Alunos
Sentindo-se prejudicados com a greve, cerca de 40 alunos do Polivalente foi, no dia 19 de maio, ao escritório do Sind-Ute pedir esclarecimentos sobre a situação dos discentes. Eles foram informados que a greve teria acabado, quando, na verdade, ainda continuava.
Então, sem buscar orientação da União Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMES) os alunos questionaram os sindicalistas acerca da paralisação. “Estamos sem base para os vestibulares do meio do ano. Somos prejudicados porque não temos aula. Se eles têm o direito de fazer a greve, temos o direito de ter aula. Acho que pagar mais daria aos professores mais vontade de ensinar, mas quero que alguém veja o nosso lado”, disse o estudante do Polivalente, Raphael Vinicius Cardoso.
Na ocasião, o Sind-Ute recebeu os alunos, ouviu as reclamações e expôs o lado dos professores. Foi decidido que outros encontros seriam organizados para fomentar o debate e a troca de informações.
Piso salarial
Os profissionais da Rede Estadual de Ensino entraram em greve no último dia 8 de abril. A maior motivação da paralisação são os baixos salários praticados pelo Governo de Minas Gerais. Segundo o Sind-Ute, o piso atual, que é R$ 339,00, vai passar para R$ 369,00 com os 10% de reajuste. Os profissionais consideram esse vencimento “miserável” e reivindicam o piso salarial nacional de R$ 1.313,85, garantido pela Lei Federal nº. 11.738/08. Uma nova assembleia deve acontecer no dia 25 de maio para decidir o futuro da mobilização.
"Fiz essa matéria em um dia. No seguinte, estava totalmente desatualizada! Tive que mudar todo o texto no decorrer de uma semana. Na terça, dois dias antes de publicar, a descartei e só aproveitei o apurado na Escola Estadual. Tive que adicionar a parte dos alunos reclamando no Sind-UTE e as pressões feitas pelo estado. Acabou que a matéria foi pronta mesmo no deadline.
A greve sobreviveu com muita bravura até agora. Porém, sofre diversas pressões do estado: a multa subiu para R$ 30mil reais diários; a conta do Sind-UTE foi bloqueada; demissões estão acontecendo e a Justiça autorizou a contratação de professores. Portanto, espero, com ansiedade, a nova postura do Sindicato, que de tão espremido contra a parede, corre o risco de terminar a greve sem alcançar o piso salarial. Mesmo assim, muito foi obtido e dessa experiência ficam os lucros empíricos para o Sind-UTE e grevistas.
Dos alunos que foram se manifestar, eu, com ressalvas, aplaudo a preocupação ds terem se movimentado por algo, o caminho é por aí. Contudo, não posso deixar de ressaltar o modo como essa mobilização foi feita. Os secundaristas corream às portas do Sindicato sem buscar qualquer informação credível ou apoio das instituiçoes, sem organização e propósito bem definido. É senso comum que a greve prejudica os alunos. Contudo, os professores brigam por direitos trabalhistas, pela educação de qualidade, por um reconhecimento maior que, a longo prazo, poderia agregar forças para mudar essa grade de ensino ultrapassada, positivista e burra que está em voga. No que diz respeito à educação, essa alteração é um dos meus sonhos, para que cidadãos sejam formados, com raciocínio autônomo, produtuvo e crítico; não as máquinas de vestibular de hoje."
Em São João del-Rei, 26% dos trabalhadores estão parados, representado um impacto a, aproximadamente, 60% dos alunos. Todavia, com os empregos em risco, alguns professores voltaram, normalmente, às salas de aula. Outros também voltaram, mas não estão cumprindo o conteúdo escolar e lecionam cidadania.
Negociações
O comando de greve e representantes do estado estão se reunindo, toda semana, para encontrar um equilíbrio entre os interesses: a classe quer o piso nacional, o estado diz não poder pagar. O Sind-Ute espera que o piso da nacional da categoria, de R$ 1.312 reais, seja cumprido. O governo propõe formar uma comissão para rever a composição salarial da categoria. Caso a proposta fosse aceita, a greve seria suspensa. Porém, até o fechamento dessa edição, nenhuma posição oficial havia sido tomada.
A greve dura mais de 40 dias e conseguiu alguns ganhos. Tais como: realização de concurso público para preenchimento de cargos na educação, processo de certificação de diretores escolares até o final do ano, com indicação de nomes pela comunidade; uniformes e equipamentos para os auxiliares; pagamento de rateio aos designados e de adicionais por tempo de serviço.
Polivalente
A Escola Estadual Governador Milton Campos, o Polivalente, localizada no bairro de Matosinhos, é uma das maiores escolas estaduais de São João del-Rei. De seus 73 professores, 42 estão em greve. Segundo a diretora Débora de Resende Lara, essa é a escola com maior número de professores no movimento. “Minha posição é de respeito aos professores, uma vez que a escola não pode interferir no movimento. Estamos tentando organizar os horários para atender os alunos e ficamos aqui em horário integral para esclarecimento aos pais. A diretoria não pode fazer movimento nenhum contra a greve, que é um direito adquirido. Só podemos respeitar”, afirmou.
A professora de Física do Polivalente, Geórgia Priscila Silva Souza, está trabalhando, mas diz ser favorável à greve. “Sou completamente a favor, ela é legítima. Só que sou contratada, não sou efetiva e fiquei receosa quanto a suspender os trabalhos”, explicou.
Alunos
Sentindo-se prejudicados com a greve, cerca de 40 alunos do Polivalente foi, no dia 19 de maio, ao escritório do Sind-Ute pedir esclarecimentos sobre a situação dos discentes. Eles foram informados que a greve teria acabado, quando, na verdade, ainda continuava.
Então, sem buscar orientação da União Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMES) os alunos questionaram os sindicalistas acerca da paralisação. “Estamos sem base para os vestibulares do meio do ano. Somos prejudicados porque não temos aula. Se eles têm o direito de fazer a greve, temos o direito de ter aula. Acho que pagar mais daria aos professores mais vontade de ensinar, mas quero que alguém veja o nosso lado”, disse o estudante do Polivalente, Raphael Vinicius Cardoso.
Na ocasião, o Sind-Ute recebeu os alunos, ouviu as reclamações e expôs o lado dos professores. Foi decidido que outros encontros seriam organizados para fomentar o debate e a troca de informações.
Piso salarial
Os profissionais da Rede Estadual de Ensino entraram em greve no último dia 8 de abril. A maior motivação da paralisação são os baixos salários praticados pelo Governo de Minas Gerais. Segundo o Sind-Ute, o piso atual, que é R$ 339,00, vai passar para R$ 369,00 com os 10% de reajuste. Os profissionais consideram esse vencimento “miserável” e reivindicam o piso salarial nacional de R$ 1.313,85, garantido pela Lei Federal nº. 11.738/08. Uma nova assembleia deve acontecer no dia 25 de maio para decidir o futuro da mobilização.
"Fiz essa matéria em um dia. No seguinte, estava totalmente desatualizada! Tive que mudar todo o texto no decorrer de uma semana. Na terça, dois dias antes de publicar, a descartei e só aproveitei o apurado na Escola Estadual. Tive que adicionar a parte dos alunos reclamando no Sind-UTE e as pressões feitas pelo estado. Acabou que a matéria foi pronta mesmo no deadline.
A greve sobreviveu com muita bravura até agora. Porém, sofre diversas pressões do estado: a multa subiu para R$ 30mil reais diários; a conta do Sind-UTE foi bloqueada; demissões estão acontecendo e a Justiça autorizou a contratação de professores. Portanto, espero, com ansiedade, a nova postura do Sindicato, que de tão espremido contra a parede, corre o risco de terminar a greve sem alcançar o piso salarial. Mesmo assim, muito foi obtido e dessa experiência ficam os lucros empíricos para o Sind-UTE e grevistas.
Dos alunos que foram se manifestar, eu, com ressalvas, aplaudo a preocupação ds terem se movimentado por algo, o caminho é por aí. Contudo, não posso deixar de ressaltar o modo como essa mobilização foi feita. Os secundaristas corream às portas do Sindicato sem buscar qualquer informação credível ou apoio das instituiçoes, sem organização e propósito bem definido. É senso comum que a greve prejudica os alunos. Contudo, os professores brigam por direitos trabalhistas, pela educação de qualidade, por um reconhecimento maior que, a longo prazo, poderia agregar forças para mudar essa grade de ensino ultrapassada, positivista e burra que está em voga. No que diz respeito à educação, essa alteração é um dos meus sonhos, para que cidadãos sejam formados, com raciocínio autônomo, produtuvo e crítico; não as máquinas de vestibular de hoje."
fina essa aí mais completa
ResponderExcluiré uma pouca vergonha a repressão, tarnar ilegal algo que é direito
vemos por aí que os problemas do Estado são mais sérias do que imaginamos
essa situação me entristece muito!!
Cara, eu fico pasmo ao ver as decisões dos desebargadores com relação a isso. A interpretação da lei e da CArta Magna são cada vez mais tortas para ajudar o governo.
ResponderExcluirMesmo assim, com muita bravura, a greve continua!