quinta-feira, 22 de julho de 2010

UPA - O elefante branco

A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de São João del-Rei vai demorar a ser aberta à população. Isto porque ainda será licitado o serviço de adequação do prédio, de forma a atender às normas do Ministério da Saúde, além do tempo gasto para contratar os profissionais. A informação é do secretário municipal de Saúde, José Marcos de Andrade, que afirmou ser, no mínimo, um prazo de 40 dias para o término das modificações a serem realizadas no local. Inaugurado desde o dia 5 de março, pelo Governo do Estado e Município, até o momento o novo espaço está fechado e o serviço essencial à saúde paralisado.
A manutenção da UPA terá investimento mensal tripartite, ou seja: R$ 250 mil do Governo Federal, R$ 125 mil do Governo Estadual e R$ 125 mil da Prefeitura Municipal, totalizando R$ 500 mil mensais. Estipula-se que sejam atendidas 150 pessoas por dia. A Unidade busca apoiar o Sistema Único de Saúde (SUS). Para isso, ela funcionará 24 horas, inclusive nos finais de semana, visando o atendimento de ocorrências repentinas, acidentes, infartos e urgências.

A demora
Apesar de inaugurado há quatro meses, o prédio, construído há três anos no Bairro Caieiras, não atende às exigências do Ministério da Saúde. De acordo com técnicos do Governo Federal, que fizeram a visita técnica nesta cidade, foram verificadas algumas pendências na UPA, que precisam ser sanadas para que ela esteja de acordo com as normas estabelecidas pela Portaria GM/MS nº 1.020, de 13 de maio de 2009, que regulamenta as regras para habilitação das UPA’s.
Segundo o secretário municipal de Saúde, depois da visita do Ministério da Saúde ao prédio da UPA, a planta foi redesenhada pelos arquitetos e feito um outro projeto, “já aprovado”. Após a já liberação dos R$ 103.515,70, pelo Estado, para serem feitas as adequações necessárias, “agora vamos licitar as obras e dentro de, no máximo, 50 dias, esperamos que ela esteja apta para receber a aprovação do Ministério da Saúde”.

“O lugar não é adequado para uma Unidade de Pronto Atendimento. Só que, infelizmente, ela foi feita lá. Já pegamos ela pronta, agora vamos ter que adaptar” (J. Marcos)

Pendências
José Marcos listou o serviço a ser realizado pelo município: “Vamos construir uma Câmara Mortuária, um Posto Policial, mudar a Sala de Emergência para mais perto da Recepção. São coisas que, dentro da normalidade, devem ser feitas rapidamente. Prevemos 50 dias, mas pode sair antes”. Ele informou, ainda, que o Setor de Trânsito já está trabalhando para melhorar o fluxo de automóveis no entorno da UPA. “O lugar não é adequado para uma Unidade de Pronto Atendimento. Só que, infelizmente, ela foi feita lá. Já pegamos ela pronta, agora vamos ter que adaptar”, comentou.

Contratações
O secretário de Saúde adiantou que “a contratação de profissionais só irá começar quando a UPA estiver habilitada. Tem que esperar o processo de adequação e aprovação pelo Ministério da Saúde”. E prometeu: “Depois que ela estiver adequada, nós vamos começar a trabalhar nos Recursos Humanos, para funcionar o mais rápido possível”.

"Essa é da Lourdinha. Ela pegou a pauta e me pediu para fazer a foto e a entrevista com o secretário de Saúde. Resolvi publicar aqui o texto dela porque é necessária uma maior divulgação do tema. Como exposto, a UPA não deve funcionar em menos de dois meses. O caos no atendimento de urgência e emergência continua até setembro, ao menos. Já veio até o senhor governador para inaugurar o prédio, com maciça participação da mídia estadual. Contudo, a falácia propagandísitca continua. Há três anos, aquela construção envelhece, desperdício de dinhero público. Afinal, deve ser gasto uma boa grana, mesmo para manter aquele edifício fechado. Erros na contrução, na localização, demora para iniciar a prestação de serviços: o cidadão é feito de bobo. Ninguém mais aguenta as falações em torno. O serviço mais básico que um Estado deveria garantir, saúde, vira auxílio de um benfeitor $supremo$. Está tudo errado. Obrigação é manter o atendimento ao povo bom, de qualidade, rápido e efetivo. Isso não é mérito de ninguém. Construir bons hospitais, eficientes, humanos. Contudo, com a ingerência de alguns políticos brasileiros, a obra necessária, a solução de aflições do povo vira milagre. É tudo no cabresto, clientelismo disfarçado. Depois de tanto que se fez e que se disse, só espero que a UPA funcione logo, dê bons frutos, porque a cidade precisa, e muito..."

Íntegra da entrevista com o secretário de Saúde, José Marcos:

A quantas anda o impasse da UPA?
JM: O Ministério da Saúde fez uma visita ao prédio da UPA e indicou que algumas mudanças são necessárias. A planta foi redesenhada pelos arquitetos e foi feito um outro projeto, já aprovado.

Quanto tempo demora e quem vai pagar por isso?
JM: O Estado liberou a verbas, no valor de R$ 103.515,70 reais, para fazermos as adequações no prédio da UPA. Vamos licitar as obras e dentro de, no máximo, 50 dias, esperamos que ela esteja apta para receber a aprovação do Ministério da Saúde.

O que será alterado no prédio?
JM: Vamos construir uma Câmara Mortuária, um Posto Policial, mudar a Sala de Emergência para mais perto da Recepção, são coisas que, dentro da normalidade, devem ser feitas rapidamente. Prevemos 50 dias, mas pode sair antes.

A entrada da Caieiras, onde se localiza a UPA, tem um crônico problema no acesso de automóveis, o que pode prejudicar, seriamente, um serviço de atendimento emergencial. O que está sendo feito para amemizar a situação?
JM: O Setor de Trânsito já está trabalhando para melhorar o fluxo de automóveis no entorno da UPA. O lugar não adequado para uma Unidade de Pronto Atendimento, só que, infelizmente, ela foi feita lá. Já pegamos ela pronta, agora vamos ter que adaptar.

Os profissionais da UPA serão contratados quando?
A contratação de profissionais só irá começar quando a UPA estiver habilitada. Tem que esperar o processo de adequação e aprovação da UPA pelo Ministério da Saúde. Depois que ela estiver adequada, nós vamos começar a trabalhar nos Recursos Humano, para ela funcionar o mais rápido possível.

As duas casas de saúde da cidade irão suportar essa demora?
A rede de urgência e emergência é um problema nacional. Por isso que o Ministério está implantando as UPAs, e reorganizando o sistema de atendimento. É lógico que, hoje, falta plantonistas, mas as duas casas de saúde estão dando conta do recado, uma segura as pontas da outra. Raramente falta médico, no geral, está funcionando bem, apesar da grande demanda.

2 comentários:

  1. vcs nao entende nada de pronto atendimnto e nao sabem administra nem as suas casas.....a upa esta bobando de atendimento de qualidade ....e tem pessoas copetentes administrando .

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  2. Com faixas dizendo que a população agradece aos políticos pela UPA... Uma obra atrasada em anos por incompetência? Que tem maior parte de investimentos Estatal/Federal? A matéria foi precisa para a sua época, leitor desatualizado. O funcionamento da saúde municipal ainda possui diversos buracos, problemas nas casas de atendimento. O serviços prestados parecem moeda para troca de votos... Isso é direito do cidadão! Se a Unidade não fosse terceirizada, não estaria aberta... Aliás, com tanta demora do poder público para resolver a questão, espero mesmo que a instituição que esteja gerindo faça um bom trabalho porque o público usuário já foi prejudicado em demasia

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