Após reportagem da última edição do FOLHA DAS VERTENTES, denunciando o descaso da Prefeitura Municipal de São João del-Rei com acervo histórico abandonado há quatro anos no Terminal Rodoviário, os documentos foram transportados para o prédio da Administração Municipal, no Bairro de Matosinhos. O secretário de Educação, Delço José de Oliveira, informou que a transferência é um dos passos para dar ao acervo uma destinação ideal.
Até então armazenados em local totalmente inadequado, os documentos se encontram, agora, em uma sala do 3º andar do prédio à Rua Salomão Batista de Souza, nº 10, em Matosinhos. A transferência foi feita, nos dia 9 e 13 de julho, por soldados do 11º Batalhão de Infantaria de Montanha (11º BIMth)-Regimento Tiradentes, acompanhados pela Secretaria Municipal de Educação. Para tanto, foram necessárias três viagens em um caminhão do Exército.
Delço Oliveira informou que o acervo agora “está em espaço específico para este tipo de material”. Segundo ele, foi disponibilizado um funcionário para cuidar dos documentos. E já adiantou que, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, pretende fazer a devida restauração. Quanto ao tempo de permanência no local, afirmou: “Ele ficará aqui enquanto eu for secretário. Mas pretendo destinar a um órgão competente, seja ele a Secretaria de Cultura ou o Iphan, já que trata-se de documentação antiga e não há, nos quadros da Secretaria de Educação, funcionário especializado em conservação de documentos”.
O acervo
O acervo que ficou abandonado no Terminal Rodoviário, por cerca de quatro anos, é composto de centenas de documentos que remetem ao exercício da Administração Pública de 1919 a 1980. Tratam-se de Diários da Justiça, Diários Oficiais e alguns livros. Os papeis que, até então, estão sob a responsabilidade da Secretaria Municipal de Educação, contam parte importante da história política da cidade.
"Mais uma matéria que fiz em parceria com a Lourdinha. Nesse caso, vi, por acaso, os materiais sendo transportados da Rodoviária. Obviamente, ninguém avisou a impresa. Presenciei o momento em que um dos caminhões com os documentos era descarregado pelos soldados do Exército. Mesmo com ordens para ter cuidado na remoção, pedaços dos papéis iam caindo pelo chão. Após uma dezena de fotografias que tirei, os soldados me pediram que guardasse a câmera, que parasse de fotografar. Ao que me recusei terminantemente, argumentando que não havia legislação que proibisse o ato de fotografar automóveis e funcionários do Exército, uma instituição pública, por sinal. Depois disso, parei com as fotos, mas continuei no local, alguns militares ainda insitiram em ver as fotos o que também não permiti, porque tal ato cerceia a liberdade de imprensa. Então, algo ainda mais inesperado aconteceu: o secretário de Educação veio até mim, mandar, a palavra é essa, com a voz elevada, mandar que não fosse feita reportagem, 'não vou permitir', foram as palavras dele. Segundo ele, a mudança fazia parte de uma ação da secretaria para dar aos documentos a destinação adequada. Mesmo assim, com que autoridade ele poderia proibir que o paradeiro de documentos públicos fosse acompanhado pela imprensa, principalmente num caso que gerou tanta discussão popular? Continuei no local, fazendo meu trabalho. Posteriormente, o caso deu mais confusão ainda de bastidores. Exército e secretário de Educação se retrataram. O Exército afirmou que o chefe da operação, na hora, não teve orientações sobre o que fazer e preferiu por proteger a imagem da instituição - não houve qualquer problema com eles, que sempre foram solícitos a nós da mídia. Delço, por outro lado, se recusou a me dar entrevistas e disse que só fala ao FOLHA se for para minha chefe. Todos os argumentos apresentados para tal foram incabíveis, sendo que ele reclamou da retidão da polêmica reportagem de denúncia que eu fiz sobre os documentos, sem mesmo ter lida. Depois, fomos saber o porquê de tanto alvoroço: ao ler aquela reportagem, um eminente promotor estadual veio à cidade acompanhar a situação. Até mesmo a minha fonte inicial de denúncia deu para trás, alegando que eu distorci os fatos na primeira matéria. Como não sou bobo nem nada, optei por usar da fala dele apenas nas afirmações técnicas, emitindo os juízos de valor por ele omitidos. FIz isso até para preservar a fonte e não levantar polêmica desnecessária. Enfim, o cara é funcionáio público..."
Delço Oliveira informou que o acervo agora “está em espaço específico para este tipo de material”. Segundo ele, foi disponibilizado um funcionário para cuidar dos documentos. E já adiantou que, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, pretende fazer a devida restauração. Quanto ao tempo de permanência no local, afirmou: “Ele ficará aqui enquanto eu for secretário. Mas pretendo destinar a um órgão competente, seja ele a Secretaria de Cultura ou o Iphan, já que trata-se de documentação antiga e não há, nos quadros da Secretaria de Educação, funcionário especializado em conservação de documentos”.
O acervo
O acervo que ficou abandonado no Terminal Rodoviário, por cerca de quatro anos, é composto de centenas de documentos que remetem ao exercício da Administração Pública de 1919 a 1980. Tratam-se de Diários da Justiça, Diários Oficiais e alguns livros. Os papeis que, até então, estão sob a responsabilidade da Secretaria Municipal de Educação, contam parte importante da história política da cidade.
"Mais uma matéria que fiz em parceria com a Lourdinha. Nesse caso, vi, por acaso, os materiais sendo transportados da Rodoviária. Obviamente, ninguém avisou a impresa. Presenciei o momento em que um dos caminhões com os documentos era descarregado pelos soldados do Exército. Mesmo com ordens para ter cuidado na remoção, pedaços dos papéis iam caindo pelo chão. Após uma dezena de fotografias que tirei, os soldados me pediram que guardasse a câmera, que parasse de fotografar. Ao que me recusei terminantemente, argumentando que não havia legislação que proibisse o ato de fotografar automóveis e funcionários do Exército, uma instituição pública, por sinal. Depois disso, parei com as fotos, mas continuei no local, alguns militares ainda insitiram em ver as fotos o que também não permiti, porque tal ato cerceia a liberdade de imprensa. Então, algo ainda mais inesperado aconteceu: o secretário de Educação veio até mim, mandar, a palavra é essa, com a voz elevada, mandar que não fosse feita reportagem, 'não vou permitir', foram as palavras dele. Segundo ele, a mudança fazia parte de uma ação da secretaria para dar aos documentos a destinação adequada. Mesmo assim, com que autoridade ele poderia proibir que o paradeiro de documentos públicos fosse acompanhado pela imprensa, principalmente num caso que gerou tanta discussão popular? Continuei no local, fazendo meu trabalho. Posteriormente, o caso deu mais confusão ainda de bastidores. Exército e secretário de Educação se retrataram. O Exército afirmou que o chefe da operação, na hora, não teve orientações sobre o que fazer e preferiu por proteger a imagem da instituição - não houve qualquer problema com eles, que sempre foram solícitos a nós da mídia. Delço, por outro lado, se recusou a me dar entrevistas e disse que só fala ao FOLHA se for para minha chefe. Todos os argumentos apresentados para tal foram incabíveis, sendo que ele reclamou da retidão da polêmica reportagem de denúncia que eu fiz sobre os documentos, sem mesmo ter lida. Depois, fomos saber o porquê de tanto alvoroço: ao ler aquela reportagem, um eminente promotor estadual veio à cidade acompanhar a situação. Até mesmo a minha fonte inicial de denúncia deu para trás, alegando que eu distorci os fatos na primeira matéria. Como não sou bobo nem nada, optei por usar da fala dele apenas nas afirmações técnicas, emitindo os juízos de valor por ele omitidos. FIz isso até para preservar a fonte e não levantar polêmica desnecessária. Enfim, o cara é funcionáio público..."
ótima foto!
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