segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Curral em São João


Localizado na Rua José Nogueira, bairro Vila Nossa Senhora de Fátima, região de alagamento, um terreno é utilizado como curral e depósito de entulhos de construção. O fato consterna os moradores, que convivem com porcos, vacas, cabras, entre outros animais. As secretarias de Meio Ambiente e Serviços Urbanos já têm conhecimento acerca do assunto e buscam definir ações para resolvê-lo. No entanto, esses órgãos não conseguiram melhoras efetivas, pois estão identificando os responsáveis e tentando conversar.

Curral na cidade
No terreno, observam-se restos de obras, inclusive uma privada, pneus e lixo residencial. Segundo os moradores, ali também há uma criação de animais. Porém, isso é feito sem nenhum cuidado, ou respeito aos demais moradores. O clima de tensão existente no local fez com que as fontes preferissem não se identificar. “Cria-se vacas, cavalos, porcos, galinhas e, até mesmo, bode e ovelhas. Eles ficam todos soltos na rua, sem qualquer higiene e espalhando lixo. Aí, sobe o mau-cheiro insuportável e prolifera rato, barata, mosquito”, contou uma moradora.

O chefe do departamento de Meio Ambiente, Antonio Venino Lombardi, classifica a situação como “grave problema sanitário”, em função das precárias condições de higiene do local. “Os animais são criados soltos, como se fosse uma área rural. Além disso, no local, empresas privadas depositam entulhos. No meio desses entulhos, sempre há lixos de moradores. Isso tudo cria um grave problema sanitário, por causa da disseminação de doenças e pestes urbanas”, informou Lombardi.

Aterro de entulhos
Segundo os moradores, há dois anos atrás, empresas privadas e, inclusive a prefeitura, começaram a despejar entulho no local. “A gente já viu caminhão de empresa privada e municipal jogando lixo ali. Isso não pode ocorrer, até porque já vi crianças brincando no terreno. E como o solo termina no Córrego do Lenheiros, os dejetos dificultam a vazão da água e as enchentes ficam mais fortes, espalhando lixo por todo o lado”, afirmou a moradora.

Antônio Lombardi disse que os donos do terreno autorizaram as empresas a despejar o lixo no local. O chefe do departamento de Meio Ambiente diz que isso ajuda o dono a tornar o terreno mais plano. No entanto, ele orienta as pessoas a não deixar lixo residencial nas caçambas de entulho. “O dono autoriza às empresas a colocar o entulho lá. Ele precisa nivelar o solo e espalha os restos de construção para baratear a obra. Mas, geralmente, esse entulho vem cheio de lixo domiciliar, o que causa pestes urbanas”, contou Lombardi.

Os moradores citaram o nome de João Madalena, secretário de Serviços Urbanos afirmando que caminhões da prefeitura jogam lixo no local e o secretário sabe. No terreno, pode-se ver os balaústres de cerâmica retirados recentemente da Ponte Sírio Libanês. Todavia, Madalena diz que a prefeitura não despeja entulho naquele lugar. “Descartamos os balaústres que não tinham condições de ser reutilizados. Mas a prefeitura está estritamente proibida de jogar lixo naquele local. Nunca jogamos nada lá”, falou o secretário.

Versão do proprietário
Segundo Antônio Braga, dono do terreno, ele autoriza as empresas despejar o entulho e tem vacas e cavalos. “Eu estou aterrando ali. É terreno particular. Só as vacas e os cavalos são meus, mas ficam entre as cercas. Os outros animais ficam por ali por causa dos restos de alimentos, não são de minha propriedade”, afirmou o proprietário.

Alternativas
Os moradores relatam que estão, há anos, buscando uma resolução para o problema ecológico e sanitário. Mas afirmam que, até agora, nada foi feito. Waldisnei Lopes da Silva, chefe do departamento de Zoonose disse que foi procurado pelos moradores e que encaminhou a reclamação à secretaria de Meio Ambiente. “Nossa parte é tratar dos animais e controlar as pragas. Passamos a situação para o Meio Ambiente. Os moradores acham que isso é fácil de resolver, mas há um caminho a ser percorrido e as secretarias têm muito trabalho a ser feito e poucos profissionais”, informou Waldisnei Lopes.

De acordo com Antônio Venino, a secretaria de Meio Ambiente irá identificar os responsáveis e propor uma conversa conciliatória “Tentaremos conversar e conscientizar as pessoas de que a área urbana não pode conviver com currais daquele tipo”, comentou.

"Mais uma matéria de bairro que faço. Nesse caso, fui ao local conversar com os moradores, sem saber muito sobre a reclamação. Eles me relataram um clima tenso na região, afirmando que os donos do terreno já os ameaçaram. Percebe-se, no local, a veracidade do que eles falam., principalmente no que concerne à má situação sanitária Mas, apurando a coisa de modo macro, nota-se uma falha estrutural grande. O terreno e a área tem perigos de alagamento. O terreno, em si, deságua no Córrego. Apresenta-se uma situação propícia para a proliferação de doenças. Os animas também, se realmente são criados soltos, podem trazer perigo sanitário e doenças. A situação é grave e comum. As secretarias não tem pessoas para resolver, as que buscam isso, temem a represália dos donos ou são esmagadas pela burocracia e politicagem. Ainda, a consciência anacrônica que páira no lugar, somada com a inabilidade do executivo, permitem a conclusão de que aquilo perdurará por muitos anos. O executivo está entulhado de processos e reclamações assim. Por não seguir o Plano Diretor e estar preso e afundado em empregados incompetentes, e que saisfazem anseios políticos, as secretarias nunca irão olhar para cada curral que existe em São João del-Rei."

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