segunda-feira, 11 de julho de 2011

Profissional de psicologia pode atuar em várias áreas



João Eurico e Marcelo Alves

O curso acadêmico de Psicologia oferece ao aluno uma variada gama de áreas e perspectivas de abordagem. As diversas correntes filosóficas são muitas, as mais conhecidas são: behaviourista, cognitiva, humanista, sociocultural, fenomenológico-existencialista e psicanalista. Além disso, há a intervenção médica, por meio da psiquiatria. Esta é uma especialidade médica, na qual os pacientes são tratados com psicoterapias e medicamentos.
A atuação do psicólogo também é diversificada. Em sua formação, o estudante tem matérias de psicologia do esporte, clínica, hospitalar, social, escolar e organizacional.

Psicologia
O coordenador do curso de Psicologia da UFSJ, Wilson Camilo Chaves, explica que as possibilidades de formação têm teorias e campos de trabalho específicos. A psicologia educacional, por exemplo, lida com o ambiente escolar, relação professor/aluno e dificuldades de aprendizagem. “É um trabalho facilitador dos processos na escola”, diz Camilo Chaves.
A psicologia organizacional, por outro lado, cuida da saúde do trabalhador e amplia as relações nas empresas. Nas instituições, as funções do psicólogo abrangem mais do que as decisões sobre os cargos ou treinamentos e desenvolvimentos de pessoal.
Há atividades que são próprias especificas do psicólogo, como recursos humanos, área clinica e alguns testes. “São testes projetivos, que compõem uma avaliação vocacional, profissional. Junto com as entrevistas, o profissional aplica esses testes para uma seleção empresarial, por exemplo”, justifica o coordenador do curso.

Clínica
Para atuar na área clínica, o psicólogo complementa a sua formação com cursos (especialização, pós-graduação stricto sensu e lato sensu). O profissional utiliza a psicoterapia, um conjunto de técnicas e meios, para analisar e intervir nos problemas emocionais, comportamentais e/ou transtornos mentais dos pacientes. “Não trabalha [o psicólogo] só com o sujeito, mas também com o grupo, com a família, no atendimento aos pais, aos casais. É um trabalho de consultório. O tratamento pode ter um tempo estabelecido, com um número de sessões, tem também a psicanálise e a psicoterapia fenomenológica existencial, onde você não tem como determinar um tempo”, explica Camilo Chaves.
Na perspectiva cognitiva comportamental, a terapia é determinada de maneira racionalizada, por meio de passos e intervenções específicos. “Se um sujeito está com algum pânico ou uma fobia, o trabalho é feito com sessões visando à mudança de comportamento”, diz.
Em outros pontos de vista nem sempre é assim, não se trata o sintoma, mas o sujeito em sua singularidade, sua diferença. “Como faz a psicanálise, em que o sintoma não é para ser resolvido, mas é feito o reposicionamento do comportamento em frente ao sintoma”, elucida Camilo.
Há, ainda, a psicologia social que trabalha com comunidades, programas de saúde, tribunais de justiça, ou seja, “a psicologia social entende mais a interação do fenômeno social, numa perspectiva psicossociológica”.

Psicanálise
O psicanalista é um profissional de nível superior, muitas vezes psicólogo ou médico, que faz, posteriormente, um curso numa instituição psicanalítica e submete-se à Psicanálise. Na Psicanálise, são utilizadas as teorias da personalidade e métodos de tratamento introduzidos por Sigmund Freud. Embora, muito difundida, a Psicanálise não tem reconhecimento científico. “A psicanálise se firmou com uma abordagem sobre o sofrimento psíquico não como doença, mas elaborar a conversa, numa maneira muito singular de intervenção”, comenta o coordenador do curso de psicologia.
Do ponto de vista psicanalítico, o sujeito se estrutura a partir de uma ausência. Com a ideia do inconsciente, a partir de Freud, alarga-se a perspectiva da consciência, no sentido de que o psíquico é em si inconsciente. “Por mais que a gente faça avanços, o homem ainda não resolveu grandes problemas, os problemas ainda são os mesmos. A questão da sexualidade, da morte, são questões humanas que não tem resposta de maneira definitiva”, argumenta Camilo Chaves.

Psiquiatria
O profissional formado em medicina faz mais dois anos de residência em psiquiatria. O psiquiatra pode tratar psicopatologias por meio de terapias ou administrado fármacos. “Do ponto de vista psiquiátrico, é complicado porque o fenômeno psíquico não é da mesma natureza que o fenômeno físico, fisiológico. Às vezes, a abordagem entende que o psicofísico e o psicológico como uma interação da mesma natureza. É outra especificidade, é como se você pudesse tratar o psíquico como se tratasse o físico”, critica o psicólogo.

Escolha
O aluno do 7º período de psicologia, Rodrigo Afonso Nogueira, afirma que possui mais afinidade com a perspectiva psicanalítica por ser mais coerente. “Mas não podemos nos focar apenas em uma área, o curso é muito amplo e possibilita muitas alternativas”, diz.
Anna Castro, do 3º período, considera a psicanálise uma área “extremamente válida, mas é preciso tomar muito cuidado com as generalizações, e entender que o contexto histórico-social é determinante na aplicação do tratamento e do diagnóstico”, avalia. Ela argumenta que escolheu a Psicologia por ser “muito mais ampla, pois estuda o comportamento e o psiquismo humano através de diferentes perspectivas (como a evolucionista, a humanista, a cognitiva e a sociocultural)”, justifica Anna.

2 comentários:

  1. quero ser psicanalista podem me enviar experiencias j.janaina@hotmail.com

    desde ja agradeço

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  2. Bom!
    Achei Interessante!!
    ""Mylle""

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