* Marcelo Alves e Vinicius Tobias
De acordo com o Censo/2010, São João del-Rei possui 976 pessoas com mais de 80 anos, a denominada 4ª idade. Esses cidadãos sofrem de doenças que dificultam a mobilidade e a autonomia. A cidade acessível, segundo definição do Estatuto do Idoso, é a que garante a toda sociedade a faculdade de ir, vir e estar nos locais públicos comunitários.
A pedagoga especialista em gerontologia, Maria José Cassiano de Oliveira, acredita que esse não é o caso de São João del-Rei. Para ela, o município não possui políticas de integração dos mais velhos. “A acessibilidade é um dos aspectos mais trágicos. Os idosos não têm como atravessar as ruas, pois os semáforos mudam muito rápido. Não há praças suficientes para convivência, as calçadas dificultam a caminhada e faltam banheiros públicos”, reclama a pedagoga.
A arquiteta e mestra em gerontologia, Adriana de Almeida Prado, aponta que as cidades precisam desenvolver políticas voltadas para “o acesso de todos a prédios e espaços públicos; cuidar para que não haja obstáculos de mobilidade, projetar edifícios multigeracionais e veículos que minimizem as dificuldades de pessoas com idade e deficiências”.
Dificuldades
São comuns a muitos cidadãos com mais de 80 anos os problemas com mobilidade e acesso a prédios públicos em São João. Nesse sentido, Maria Cristina Lima, de 80 anos, diz que enfrenta obstáculos diariamente. “Saio muito de casa, vou à missa todos os dias, pego ônibus. A pessoa mais idosa tem mais dificuldade, mas ainda conseguimos passear. Temos que ter muito cuidado, porque é muito perigoso, podemos cair e quebrar algum osso. Andar na rua é complicado, porque os carros não respeitam”, afirma Maria Lima.
Zeni Cordeiro, de 81 anos, comenta que ficou mais caseira com a idade. “Assisto à missa na televisão, não vou à igreja porque é muito longe da minha casa e não aguento andar muito. Ela também sente insegurança para atravessar as ruas e reclama da velocidade dos sinais. “Os carros não respeitam e eu desequilibro. Cismo que vou cair”, diz.
As cidades devem manter calçadas com piso estável, reto e com superfície antiderrapante, informa a arquiteta Adriana de Almeida. O que é um desafio para cidades históricas, com ruas estreitas e irregulares. A pedagoga Maria Cassiano conta que “as pessoas tropeçam muito nos paralelepípedos. As quedas para os idosos costumam a ser muito perigosas”
Transporte público
A circulação por transporte coletivo também não está totalmente adequada, afirma a gerontóloga. “Só quem dá conta das atividades diárias consegue pegar um ônibus. Mas com muita dificuldade ainda, as pessoas não têm consciência de que devem que ceder os lugares da frente. Os assentos reservados não bastam. Os motoristas não foram capacitados para receber as pessoas mais velhas e apenas alguns ônibus têm degraus rebaixados”, declara Maria Cassiano.
Marcia Leila de Castro Pellegrinelli, de 81 anos, aponta que o mais difícil para os idosos é a ausência de um transporte coletivo específico. “Deveria ter um transporte para os idosos em cada bairro. Os espetáculos religiosos, por exemplo, a gente perde porque são à noite. E acrescenta: “Acho muito importante que a comunidade desenvolva alternativas e a Prefeitura deveria tem uma van”. Jandira Pereira Lima, de 90 anos, conta que os filhos a proibiram de andar de ônibus por precaução. “Eu ando para lá e para cá de carro, só ando a pé perto de casa”.
Espaços públicos
Os poderes Executivo e Legislativo não dão o exemplo. O prédio da Prefeitura tem dois andares. Uma escada íngreme é a única ligação entre eles e não há projeto de adequação para idosos e deficientes físicos. O edifício da administração, que centraliza as Secretarias mais importantes, também não possui elevador. “Vocês nem imaginam as dificuldades para os idosos irem aos espaços de representação reivindicar seus direitos, como a Câmara de Vereadores e a Prefeitura. O acesso é bem complicado, com escadas muito inclinadas, que impossibilitam a subida do idoso”, declara Maria Cassiano.
A assessoria de imprensa da Prefeitura afirmou que deve partir do Legislativo uma lei que obrigue os prédios municipais a terem opções de acessibilidade. O setor também se disponibilizou a fazer um levantamento dos prédios públicos que oferecem acessibilidade. Contudo, mais de uma semana após a requisição, não deu resposta. Apenas os prédios mais novos, como o Fórum, o Ministério Público e o Batalhão da Polícia Militar foram projetados de acordo com as necessidades dos idosos.
De acordo com o Censo/2010, São João del-Rei possui 976 pessoas com mais de 80 anos, a denominada 4ª idade. Esses cidadãos sofrem de doenças que dificultam a mobilidade e a autonomia. A cidade acessível, segundo definição do Estatuto do Idoso, é a que garante a toda sociedade a faculdade de ir, vir e estar nos locais públicos comunitários.
A pedagoga especialista em gerontologia, Maria José Cassiano de Oliveira, acredita que esse não é o caso de São João del-Rei. Para ela, o município não possui políticas de integração dos mais velhos. “A acessibilidade é um dos aspectos mais trágicos. Os idosos não têm como atravessar as ruas, pois os semáforos mudam muito rápido. Não há praças suficientes para convivência, as calçadas dificultam a caminhada e faltam banheiros públicos”, reclama a pedagoga.
A arquiteta e mestra em gerontologia, Adriana de Almeida Prado, aponta que as cidades precisam desenvolver políticas voltadas para “o acesso de todos a prédios e espaços públicos; cuidar para que não haja obstáculos de mobilidade, projetar edifícios multigeracionais e veículos que minimizem as dificuldades de pessoas com idade e deficiências”.
Dificuldades
São comuns a muitos cidadãos com mais de 80 anos os problemas com mobilidade e acesso a prédios públicos em São João. Nesse sentido, Maria Cristina Lima, de 80 anos, diz que enfrenta obstáculos diariamente. “Saio muito de casa, vou à missa todos os dias, pego ônibus. A pessoa mais idosa tem mais dificuldade, mas ainda conseguimos passear. Temos que ter muito cuidado, porque é muito perigoso, podemos cair e quebrar algum osso. Andar na rua é complicado, porque os carros não respeitam”, afirma Maria Lima.
Zeni Cordeiro, de 81 anos, comenta que ficou mais caseira com a idade. “Assisto à missa na televisão, não vou à igreja porque é muito longe da minha casa e não aguento andar muito. Ela também sente insegurança para atravessar as ruas e reclama da velocidade dos sinais. “Os carros não respeitam e eu desequilibro. Cismo que vou cair”, diz.
As cidades devem manter calçadas com piso estável, reto e com superfície antiderrapante, informa a arquiteta Adriana de Almeida. O que é um desafio para cidades históricas, com ruas estreitas e irregulares. A pedagoga Maria Cassiano conta que “as pessoas tropeçam muito nos paralelepípedos. As quedas para os idosos costumam a ser muito perigosas”
Transporte público
A circulação por transporte coletivo também não está totalmente adequada, afirma a gerontóloga. “Só quem dá conta das atividades diárias consegue pegar um ônibus. Mas com muita dificuldade ainda, as pessoas não têm consciência de que devem que ceder os lugares da frente. Os assentos reservados não bastam. Os motoristas não foram capacitados para receber as pessoas mais velhas e apenas alguns ônibus têm degraus rebaixados”, declara Maria Cassiano.
Marcia Leila de Castro Pellegrinelli, de 81 anos, aponta que o mais difícil para os idosos é a ausência de um transporte coletivo específico. “Deveria ter um transporte para os idosos em cada bairro. Os espetáculos religiosos, por exemplo, a gente perde porque são à noite. E acrescenta: “Acho muito importante que a comunidade desenvolva alternativas e a Prefeitura deveria tem uma van”. Jandira Pereira Lima, de 90 anos, conta que os filhos a proibiram de andar de ônibus por precaução. “Eu ando para lá e para cá de carro, só ando a pé perto de casa”.
Espaços públicos
Os poderes Executivo e Legislativo não dão o exemplo. O prédio da Prefeitura tem dois andares. Uma escada íngreme é a única ligação entre eles e não há projeto de adequação para idosos e deficientes físicos. O edifício da administração, que centraliza as Secretarias mais importantes, também não possui elevador. “Vocês nem imaginam as dificuldades para os idosos irem aos espaços de representação reivindicar seus direitos, como a Câmara de Vereadores e a Prefeitura. O acesso é bem complicado, com escadas muito inclinadas, que impossibilitam a subida do idoso”, declara Maria Cassiano.
A assessoria de imprensa da Prefeitura afirmou que deve partir do Legislativo uma lei que obrigue os prédios municipais a terem opções de acessibilidade. O setor também se disponibilizou a fazer um levantamento dos prédios públicos que oferecem acessibilidade. Contudo, mais de uma semana após a requisição, não deu resposta. Apenas os prédios mais novos, como o Fórum, o Ministério Público e o Batalhão da Polícia Militar foram projetados de acordo com as necessidades dos idosos.
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