João Eurico, Marcelo Alves, Pedro Inácio
Os antidepressivos são os remédios mais vendidos no mundo, segundo a OMS. Em São João del-Rei, a procuram por esse psicotrópico também é alta. O farmacêutico Paulo Giarola informa que o medicamento é vendido rapidamente nas farmácias, bastando ter estoque dos remédios indicados. “Tendo na prateleira, eu tenho venda”. No entanto, aplicação desse remédio deve seguir diversas cautelas.
Os antidepressivos são um conjunto de substâncias químicas que tratam as manifestações somáticas e neurofisiológicas presentes nos estados depressivos e agem sobre o humor. A depressão é apontada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a quinta maior questão de saúde pública. Os números da entidade apontam que a depressão atinge 17 milhões apenas no Brasil e 50% das pessoas que tiveram a doença são diagnosticados incorretamente.
A psicóloga Claudia Márcia Miranda de Paiva, professora e pesquisadora do curso de Psicologia da UFSJ, chama a atenção para a banalização do antidepressivo e seu uso sem acompanhamento médico adequado. “Muitas pessoas chegam à clínica pedindo o antidepressivo, sem necessidade. Mas a prescrição depende da ética médica. Não sou contra o uso de psicotrópicos, mas acredito que o seu uso está banalizado. A pessoa perde um ente querido e alguém diz ‘olha, toma esse remedinho aqui, vai te fazer sentir melhor’”, explica a pesquisadora.
A procura pelos antidepressivos é bem alta em São João. O farmacêutico Paulo Giarola informa que o medicamento é vendido rapidamente nas farmácias, bastando ter estoque dos remédios indicados. “Tendo na prateleira, eu tenho venda”. Ele alerta, ainda, para o fato de que muitas pessoas vão constantemente à farmácia tentar comprar o remédio sem a prescrição médica. “Muita gente adquire o hábito de tomar o antidepressivo sem acompanhamento profissional. Às vezes, ela necessita do medicamento para se sentir bem, mesmo sem precisar dele”, comenta.
No entanto, as posições dos profissionais sobre o tema tendem a diferir muito. O psiquiatra Reinaldo Moreno explica que não é para qualquer caso de depressão que os antidepressivos são recomendados. O médico informa que existem dois tipos de depressão: a reativa e a orgânica ou maior.
A reativa ocorre quando a pessoa se sente mal em decorrência de algum fato ocorrido de forma circunstancial, como a perda do emprego, fim de um relacionamento, morte de alguém próximo. Para este tipo de depressão, segundo o psiquiatra, é recomendada a psicoterapia, e não a medicação. Moreno esclarece que, já para o tipo orgânico, ou seja, aqueles que são geneticamente propensos à depressão, são indicados a psicoterapia e os antidepressivos e, mesmo assim, apenas o estritamente necessário para o tratamento.
Sociedade
Cláudia Márcia explica que os seres humanos sofrem uma variação de humor muito grande. Ela argumenta que as pessoas precisam aprender a conviver com isso, a se conhecerem melhor a fim de aprenderem com essas situações e se reinventarem. “Mas essa cultura de estar sempre alegre, para cima e bem disposto leva as pessoas a procurarem as famosas ‘pílulas da felicidade’”, diz a psicóloga.
A psicóloga acredita que essa banalização é acentuada pela propaganda que as indústrias farmacêuticas fazem dessas drogas. “Como, por exemplo, a fluoxetina, o conhecido Prozac, que fala coisas do tipo, ‘os tempos de depressão acabaram, experimente a felicidade que podemos lhe proporcionar’”, comenta. Ela afirma que, para muitos casos, a psicoterapia seria uma saída mais adequada.
Legislação
Os antidepressivos não podem ser comercializados sem receita médica. Reinaldo Moreno, explica que, ao ser medicado, o paciente encontra-se em estado de melhora em 10 a 15 dias, e a dosagem indicada será constantemente vigiado pelo médico. “Um profissional experiente indicará apenas o necessário e, por se tratar de substâncias de uso controlado, é realmente improvável que o paciente consiga o remédio de outras formas que não na farmácia, de posse da receita. Comprar remédios ilegalmente hoje em dia é muito difícil”, diz Reinaldo.
Dependência
Os psicotrópicos causam variações de humor. Cláudia Márcia explica que, se houver um uso descontrolado, eles produzem uma dependência moderada, além de uma tolerância. “O uso crônico muda as estruturas responsáveis pelo funcionamento do corpo. O efeito que o medicamento tinha no início vai diminuir ao longo do tempo, o que leva a pessoa a aumentar a dose. Quando o médico prescreve o antidepressivo, ele faz um acompanhamento do paciente que visa à diminuição da dosagem”, esclarece a psicóloga.
De acordo com Reinaldo Moreno, os usuários de antidepressivos não se tornam dependentes químicos, pois, segundo o psiquiatra, tais substâncias não causam esse efeito. “As pessoas confundem vício com necessidade médica. Pode ser que o paciente precise usar da medicação por longo período, mas isso não faz dele um viciado, e sim um doente em recuperação”.
O psiquiatra esclarece que há casos de paciente do tipo orgânico que precisam tomar medicação para o resto da vida, mas que isso deve ser comparado com, por exemplo, alguém que sofre de pressão alta e toma medicamentos. “O doente não tem culpa de seu estado, e, no caso da depressão maior, a medicação deve ser vista como algo natural para a boa vivência da pessoa”, explica.
Os antidepressivos são um conjunto de substâncias químicas que tratam as manifestações somáticas e neurofisiológicas presentes nos estados depressivos e agem sobre o humor. A depressão é apontada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a quinta maior questão de saúde pública. Os números da entidade apontam que a depressão atinge 17 milhões apenas no Brasil e 50% das pessoas que tiveram a doença são diagnosticados incorretamente.
A psicóloga Claudia Márcia Miranda de Paiva, professora e pesquisadora do curso de Psicologia da UFSJ, chama a atenção para a banalização do antidepressivo e seu uso sem acompanhamento médico adequado. “Muitas pessoas chegam à clínica pedindo o antidepressivo, sem necessidade. Mas a prescrição depende da ética médica. Não sou contra o uso de psicotrópicos, mas acredito que o seu uso está banalizado. A pessoa perde um ente querido e alguém diz ‘olha, toma esse remedinho aqui, vai te fazer sentir melhor’”, explica a pesquisadora.
A procura pelos antidepressivos é bem alta em São João. O farmacêutico Paulo Giarola informa que o medicamento é vendido rapidamente nas farmácias, bastando ter estoque dos remédios indicados. “Tendo na prateleira, eu tenho venda”. Ele alerta, ainda, para o fato de que muitas pessoas vão constantemente à farmácia tentar comprar o remédio sem a prescrição médica. “Muita gente adquire o hábito de tomar o antidepressivo sem acompanhamento profissional. Às vezes, ela necessita do medicamento para se sentir bem, mesmo sem precisar dele”, comenta.
No entanto, as posições dos profissionais sobre o tema tendem a diferir muito. O psiquiatra Reinaldo Moreno explica que não é para qualquer caso de depressão que os antidepressivos são recomendados. O médico informa que existem dois tipos de depressão: a reativa e a orgânica ou maior.
A reativa ocorre quando a pessoa se sente mal em decorrência de algum fato ocorrido de forma circunstancial, como a perda do emprego, fim de um relacionamento, morte de alguém próximo. Para este tipo de depressão, segundo o psiquiatra, é recomendada a psicoterapia, e não a medicação. Moreno esclarece que, já para o tipo orgânico, ou seja, aqueles que são geneticamente propensos à depressão, são indicados a psicoterapia e os antidepressivos e, mesmo assim, apenas o estritamente necessário para o tratamento.
Sociedade
Cláudia Márcia explica que os seres humanos sofrem uma variação de humor muito grande. Ela argumenta que as pessoas precisam aprender a conviver com isso, a se conhecerem melhor a fim de aprenderem com essas situações e se reinventarem. “Mas essa cultura de estar sempre alegre, para cima e bem disposto leva as pessoas a procurarem as famosas ‘pílulas da felicidade’”, diz a psicóloga.
A psicóloga acredita que essa banalização é acentuada pela propaganda que as indústrias farmacêuticas fazem dessas drogas. “Como, por exemplo, a fluoxetina, o conhecido Prozac, que fala coisas do tipo, ‘os tempos de depressão acabaram, experimente a felicidade que podemos lhe proporcionar’”, comenta. Ela afirma que, para muitos casos, a psicoterapia seria uma saída mais adequada.
Legislação
Os antidepressivos não podem ser comercializados sem receita médica. Reinaldo Moreno, explica que, ao ser medicado, o paciente encontra-se em estado de melhora em 10 a 15 dias, e a dosagem indicada será constantemente vigiado pelo médico. “Um profissional experiente indicará apenas o necessário e, por se tratar de substâncias de uso controlado, é realmente improvável que o paciente consiga o remédio de outras formas que não na farmácia, de posse da receita. Comprar remédios ilegalmente hoje em dia é muito difícil”, diz Reinaldo.
Dependência
Os psicotrópicos causam variações de humor. Cláudia Márcia explica que, se houver um uso descontrolado, eles produzem uma dependência moderada, além de uma tolerância. “O uso crônico muda as estruturas responsáveis pelo funcionamento do corpo. O efeito que o medicamento tinha no início vai diminuir ao longo do tempo, o que leva a pessoa a aumentar a dose. Quando o médico prescreve o antidepressivo, ele faz um acompanhamento do paciente que visa à diminuição da dosagem”, esclarece a psicóloga.
De acordo com Reinaldo Moreno, os usuários de antidepressivos não se tornam dependentes químicos, pois, segundo o psiquiatra, tais substâncias não causam esse efeito. “As pessoas confundem vício com necessidade médica. Pode ser que o paciente precise usar da medicação por longo período, mas isso não faz dele um viciado, e sim um doente em recuperação”.
O psiquiatra esclarece que há casos de paciente do tipo orgânico que precisam tomar medicação para o resto da vida, mas que isso deve ser comparado com, por exemplo, alguém que sofre de pressão alta e toma medicamentos. “O doente não tem culpa de seu estado, e, no caso da depressão maior, a medicação deve ser vista como algo natural para a boa vivência da pessoa”, explica.
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