sábado, 27 de fevereiro de 2010

Metralhas vencem carnaval 2010



O Grêmio Recreativo Escola de Samba Irmãos Metralhas venceu o Carnaval de 2010 de São João del-Rei, com 199 pontos. A segunda escola, G.R.E.S. Unidos de São Geraldo, fez 198,6 pontos, apenas quatro décimos atrás. A terceira colocada foi Vem me ver, com 197,1. O prêmio em dinheiro será, respectivamente, R$ 5.000,00; 3.000,00; e 2.000,00 reais.
A Comissão Julgadora foi organizada pela Secretaria de Cultura e Turismo. As justificativas para a distribuição dos pontos só será divulgada 72 horas depois da apuração, isto é, nesse sábado.
Após apuração tensa e disputada, o presidente do Metralhas, Luiz Carlos Teixeira, afirmou que o título representa a garra e a luta de toda a escola, que trabalhou com pouco tempo para fazer seu desfile. “A gente trabalhou bem. Foi uma vitória difícil, mas a gente conseguiu chegar lá. O segredo foi o trabalho muito grande de toda a escola, que esse ano deu certo. O carnaval feito às pressas, assim, às vezes sai alguma coisa errada, a gente sabe que tem falhas, mas nos concentramos nos detalhes”, contou, emocionado, Luiz Carlos.

Desfile dos Irmãos Metralha
Abrindo o domingo de desfiles, o G.R.E.S. Irmãos Metralhas, com 400 componentes, seis alas e três carros alegóricos, começou a sacudir a Avenida Tancredo Neves, cantando o enredo nota 10: “Reluz o ouro, raiou o sonho de liberdade”. Os Metralhas prestaram homenagens aos mineiros, à história do ouro, aos grandes heróis de nossa terra e, principalmente, à diversificada cultura e aos ideais e movimentos de liberdade nascidos em Minas Gerais, tais como a Inconfidência Mineira e as “Diretas Já”.
O desfile trouxe cores quentes, destacando o amarelo, laranja e ouro. Cada componente da ala “Verde e Amarela” empunhava a bandeira brasileira e o nacionalismo preconizava o carro principal da escola, chamado “Nas cores do Brasil”, que carregava retratos de Tancredo Neves e do alferes Tiradentes, arrancando muitos aplausos da plateia enquanto passava.
Contagiante, o refrão cantado por todo o carnaval se dispersava pelas arquibancadas em uníssono: “Quem te conhece não esquece jamais/ Ô, ô, Minas Gerais/ Metralhas canta, faz brilhar a cidade/ Reluz o ouro ideais de liberdade”.
O ponto forte da escola foi a bateria, única a receber nota 10. Seus integrantes tocaram, selvagemente, como tambores africanos retumbando com agressividade e paixão.

Mocidade Independente do Bonfim
O Grêmio Recreativo Escola de Samba Mocidade Independente do Bonfim abriu os desfiles do carnaval são-joanense, no dia 13 de fevereiro, e ficou em quinto lugar, com 193 pontos. Com o enredo “Uai sô! Isso é Minas”, a Escola homenageou a formação e diversidade do Estado de Minas Gerais. Em suas alas e carros alegóricos, a Mocidade do Bonfim lembrou de nomes ilustres como, Antônio Francisco Lisboa – o Alejadinho; Tancredo de Almeida Neves; Santos Dumont; Bárbara Heliodora e Guimarães Rosa. Estiveram presentes temas como religião, música, belezas arquitetônicas, artesãos, folclore, ouro e bandeirantes.

Bate- Paus
O G.R.E.S. Bate-Paus foi a segunda escola a desfilar, na noite de sábado, e terminou o carnaval em quarto lugar, com 194,6 pontos – a escola perdeu um ponto por ter desfilado com carro motorizado. Com o enredo “Libertas Quae... É o outro nome de Minas”, a Bate-Paus homenageou Tancredo de Almeida Neves e José Joaquim da Silva Xavier, o Tiradentes. Ambos personagens da história mineira e nacional que lutaram contra o sistema de governo vigente, diretamente opressor da vontade da população, e buscaram instaurar o ideal de liberdade. Em outras palavras, diz o enredo: “Clareou no horizonte a liberdade. Surgindo homens de verdade, reconstruindo o meu Brasil”.
Vem me ver
“Abram alas da imaginação e vislumbrem, nessa lembrança, saudosos carnavais de São João das Gerais”. Com esse enredo, a terceira colocada, com 197,1, G.R.E.S. Vem me Ver, fechou a noite de desfiles do sábado. A escola tijucana saudou os marcantes e divertidos carnavais de antigamente, suas marchinhas e seu caráter romântico e original.

Girassol
A segunda escola a desfilar domingo foi o G.R.E.S. Girassol – sexta colocada do carnaval, com 192,4 pontos. O enredo “Cem anos de Tancredo Neves” era um dos mais aguardados pelo povo são-joanense. Trazendo muitas crianças e, como Abre-Alas, uma Pomba a Girassol levantou a plateia e foi aplaudida durante boa parte de seu desfile. Na música, percebeu-se um trato sutil: um instrumento como o contra-baixo, tocando alguns acordes do Hino do Brasil.
Nas cores vermelho e branco, sua bateria mostrou vigor e coreografia. Ela fez uma paradinha defronte ao público, esperando todos os componentes da escola passar. Com efeito, isso conquistou o público, fazendo muitas pessoas aplaudir, dançar e cantar o refrão: “Se quiser ser feliz, seremos/ Se quiser o poder, lutemos/ Vem pra Girassol pra sorrir, libertar/ A essência da vida é amar”.
A Girassol perdeu quatro pontos na apuração, pois teria utilizado fantasias e adereços comprados de uma escola de samba de outro estado, portanto, sem relação com a cultura mineira.

Unidos de São Geraldo
Para fechar com muito ouro o carnaval são-joanense, a vice-campeã, com 198,6 pontos, G.R.E.S. Unidos de São Geraldo, levou à Avenida o enredo: “Tributo dos deuses reluzindo ouro em pó. A São Geraldo canta Chico Rei”. A escola cativou a arquibancada, embora seus 400 componentes tenham ficado muito dispersos. Suas alas lembraram de muitas tribos: Hindú, Angola, Zambi, Yorumbá, Moçambique e Aruanda, contudo, as fantasias repetiam as cores e texturas de onça e zebra (preto e branco; e amarelo e preto).
A escola encerrou os desfiles com muita garra e seguida por uma multidão que pulava e dançava ao som da bateria.

Multiplicidade de opiniões
- A arquibancada ficou muito divida quando perguntada sobre qual escola foi a mais bonita. “Gostei da Girassol de da Bate-Paus, porque achei mais organizado o desfile delas. As outras arrebentaram, foram mais dispersas. O carnaval está melhorando. Mas tem que resolver o problema nas arquibancadas, comprei o bilhete e não consegui me sentar”, falou José Maria Ribeiro (58), aposentado, morador do Caieiras. “Bate-Paus e Metralhas foram as minhas preferidas, elas tiveram fantasias e carros muito bonitos”, opinou Carlos Roberto Sandim (52), comerciante de Santa Cruz de Minas. “A São Geraldo e a Vem me Ver foram muito bem. Seus integrantes mostraram mais entusiasmo e samba no pé”, disse o tijucano João Batista Pires (43), funcionário público.

Segurança no carnaval
Nesse carnaval de 2010, a Polícia Militar não registrou nenhum homicídio nas 18 cidades da região. Fruto da boa organização institucional e do planejamento, que possibilitaram um carnaval mais festivo e alegre, sobretudo, para famílias e crianças, que puderam ir às ruas se divertir sem medo de confusões. “Vim com a minha filha Laura Santos Silva, de 6 meses porque me senti tranquila. É a terceira vez que venho e gostei mais do carnaval desse ano, pois não vi brigas ou confusões. Trouxe minha filha sem medo e vi muita gente que fez o mesmo”, relatou Adriana Santos Sacramento, de Betim.

"Fiz a cobertura do segundo dia de desfile e da apuração. No desfile, ficamos na cabine da Campos de Minas. è muito difícil diferenciar de cima a vibração do público, acho que foi muito igual. NAs entrevistas que fiz no chão, percebi muita diversidade de opiniões e, frequentemente, motivadas arbitrariamente ou por critérios subjeitivos. A apuração me pareceu rápida e não teve confusões. Porém, algo me chamou a atenção logo de início: Bate-Paus e Girassol perderam pontos por razões claramente furadas. BP, por causa de um dos carros ser motorizado. Ok, mas o carro foi empurrado. Girasol por, supostamente, utilizar fantasias de outra escola de samba. compradas. Ambos os casos, foram os presidentes das Escolas que votaram para decidir se os pontos deveriam ser tirados. Ora, é como perguntar para o técnico do outro time se foi penalti ou não. Realmente, no geral, viu-se um carnaval muito desorganizado, feito às pressas e com o suor da comunidade. Não se pode afirmar, contudo, que isso tenha ou não sido responsável pela má qualidade, se houve. Mas é fato que as ações e o modo como ele é planejado, novamente, joga fora o potencial turístico da cidade e o que se vê é desorganização, cidade suja, com cheiro de mijo. As ressalvas vão para o bom trabalho de coação da criminalidade feita pela PM."

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

4º Carnaval de Antigamente


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A quarta edição do Carnaval de Antigamente chamou a atenção das famílias na tarde do Domingo de Carnaval, dia 14, no Largo do Rosário, em São João del-Rei A matinê teve a presença das bandas Theodoro de Faria e Zé Pereira; pernas de pau, bonecos gigantes; exposição de fotos do saudoso carnaval dos anos 70 e 80; e o 4º. Encontro de Bandas e Marchinhas Antigas. Embalado pelas saudosas marchinhas, os foliões desfilaram pelo centro histórico da cidade puxados pelos carros antigos, devidamente decorados.


Conforme disse Alzira Agostini Haddad, coordenadora do Atitude Cultural, impera, em todo o imaginário popular de São João, a saudade dos tempos de ouro do carnaval são-joanense da década de 70. “A gente ouve muito falar sobre como o carnaval antigo era bonito e como a cidade ficava decorada. Os corsos, que são os carros antigos decorados, desfilavam pelas ruas, com as bandas e os foliões. As marchinhas são eternas e super conhecidas. Conseguimos juntar os artistas da própria cidade, que são os Pernas de Pau da “Rede do Corpo”, os Bonecos Gigantes do mestre Quati, as bandas Theodoro de Faria e Zé Pereira. Reunimos tudo que era legal da cidade e ficou bacana”, comentou a coordenadora.


Os homenageados deste ano foram José Geraldo Dangelo, o conhecido Jota D’Ângelo e sua esposa, Maria Amélia Dorneles D´Ângelo), a Mamélia, pela contribuição dada ao carnaval de São João del-Rei, nos idos das décadas de 70 e 80. “Eu dedico essa homenagem a todo mundo que faz o carnaval de São João del-Rei, antigos e atuais. O carnaval da cidade está melhorando cada vez mais, voltando ao que já foi na década de 70”, comentou D’Ângelo.


Famílias

O foco do evento são crianças e famílias, sobretudo, por ser domingo à tarde e não ter aglomerações, confusões ou disputa por espaço. “Acho o Carnaval de Antigamente ótimo, porque é um espaço para as crianças pequenas. Dá pra brincar tranquilo. E é muito legal essa iniciativa de resgatar as marchinhas” disse Maria Amélia, 40 anos, residente do centro. O que concorda Maria Isabel Dias, também moradora do centro, ao afirmar: “Acho ótimo! A família pode vir toda e o pessoal mais novo vê uma festa mais tranquila e civilizada. Porque, de uns anos para cá, o carnaval era uma bagunça geral. Ele está se estruturando, tomando fôlego e deve melhorar nos próximos anos”.

Curral em São João


Localizado na Rua José Nogueira, bairro Vila Nossa Senhora de Fátima, região de alagamento, um terreno é utilizado como curral e depósito de entulhos de construção. O fato consterna os moradores, que convivem com porcos, vacas, cabras, entre outros animais. As secretarias de Meio Ambiente e Serviços Urbanos já têm conhecimento acerca do assunto e buscam definir ações para resolvê-lo. No entanto, esses órgãos não conseguiram melhoras efetivas, pois estão identificando os responsáveis e tentando conversar.

Curral na cidade
No terreno, observam-se restos de obras, inclusive uma privada, pneus e lixo residencial. Segundo os moradores, ali também há uma criação de animais. Porém, isso é feito sem nenhum cuidado, ou respeito aos demais moradores. O clima de tensão existente no local fez com que as fontes preferissem não se identificar. “Cria-se vacas, cavalos, porcos, galinhas e, até mesmo, bode e ovelhas. Eles ficam todos soltos na rua, sem qualquer higiene e espalhando lixo. Aí, sobe o mau-cheiro insuportável e prolifera rato, barata, mosquito”, contou uma moradora.

O chefe do departamento de Meio Ambiente, Antonio Venino Lombardi, classifica a situação como “grave problema sanitário”, em função das precárias condições de higiene do local. “Os animais são criados soltos, como se fosse uma área rural. Além disso, no local, empresas privadas depositam entulhos. No meio desses entulhos, sempre há lixos de moradores. Isso tudo cria um grave problema sanitário, por causa da disseminação de doenças e pestes urbanas”, informou Lombardi.

Aterro de entulhos
Segundo os moradores, há dois anos atrás, empresas privadas e, inclusive a prefeitura, começaram a despejar entulho no local. “A gente já viu caminhão de empresa privada e municipal jogando lixo ali. Isso não pode ocorrer, até porque já vi crianças brincando no terreno. E como o solo termina no Córrego do Lenheiros, os dejetos dificultam a vazão da água e as enchentes ficam mais fortes, espalhando lixo por todo o lado”, afirmou a moradora.

Antônio Lombardi disse que os donos do terreno autorizaram as empresas a despejar o lixo no local. O chefe do departamento de Meio Ambiente diz que isso ajuda o dono a tornar o terreno mais plano. No entanto, ele orienta as pessoas a não deixar lixo residencial nas caçambas de entulho. “O dono autoriza às empresas a colocar o entulho lá. Ele precisa nivelar o solo e espalha os restos de construção para baratear a obra. Mas, geralmente, esse entulho vem cheio de lixo domiciliar, o que causa pestes urbanas”, contou Lombardi.

Os moradores citaram o nome de João Madalena, secretário de Serviços Urbanos afirmando que caminhões da prefeitura jogam lixo no local e o secretário sabe. No terreno, pode-se ver os balaústres de cerâmica retirados recentemente da Ponte Sírio Libanês. Todavia, Madalena diz que a prefeitura não despeja entulho naquele lugar. “Descartamos os balaústres que não tinham condições de ser reutilizados. Mas a prefeitura está estritamente proibida de jogar lixo naquele local. Nunca jogamos nada lá”, falou o secretário.

Versão do proprietário
Segundo Antônio Braga, dono do terreno, ele autoriza as empresas despejar o entulho e tem vacas e cavalos. “Eu estou aterrando ali. É terreno particular. Só as vacas e os cavalos são meus, mas ficam entre as cercas. Os outros animais ficam por ali por causa dos restos de alimentos, não são de minha propriedade”, afirmou o proprietário.

Alternativas
Os moradores relatam que estão, há anos, buscando uma resolução para o problema ecológico e sanitário. Mas afirmam que, até agora, nada foi feito. Waldisnei Lopes da Silva, chefe do departamento de Zoonose disse que foi procurado pelos moradores e que encaminhou a reclamação à secretaria de Meio Ambiente. “Nossa parte é tratar dos animais e controlar as pragas. Passamos a situação para o Meio Ambiente. Os moradores acham que isso é fácil de resolver, mas há um caminho a ser percorrido e as secretarias têm muito trabalho a ser feito e poucos profissionais”, informou Waldisnei Lopes.

De acordo com Antônio Venino, a secretaria de Meio Ambiente irá identificar os responsáveis e propor uma conversa conciliatória “Tentaremos conversar e conscientizar as pessoas de que a área urbana não pode conviver com currais daquele tipo”, comentou.

"Mais uma matéria de bairro que faço. Nesse caso, fui ao local conversar com os moradores, sem saber muito sobre a reclamação. Eles me relataram um clima tenso na região, afirmando que os donos do terreno já os ameaçaram. Percebe-se, no local, a veracidade do que eles falam., principalmente no que concerne à má situação sanitária Mas, apurando a coisa de modo macro, nota-se uma falha estrutural grande. O terreno e a área tem perigos de alagamento. O terreno, em si, deságua no Córrego. Apresenta-se uma situação propícia para a proliferação de doenças. Os animas também, se realmente são criados soltos, podem trazer perigo sanitário e doenças. A situação é grave e comum. As secretarias não tem pessoas para resolver, as que buscam isso, temem a represália dos donos ou são esmagadas pela burocracia e politicagem. Ainda, a consciência anacrônica que páira no lugar, somada com a inabilidade do executivo, permitem a conclusão de que aquilo perdurará por muitos anos. O executivo está entulhado de processos e reclamações assim. Por não seguir o Plano Diretor e estar preso e afundado em empregados incompetentes, e que saisfazem anseios políticos, as secretarias nunca irão olhar para cada curral que existe em São João del-Rei."

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Conselho Municipal da Cidade é empossado


Após muitas negociações, os novos integrantes do Conselho da Cidade foram empossados durante a 3ª Conferência Municipal da Cidade de São João del-Rei, realizada nos dias 26 e 27 de janeiro no anfiteatro do Campus Santo Antônio da Universidade Federal (UFSJ). Os 15 membros - representantes de movimentos sociais, entidades empresariais, sindicatos e governo - têm a função de discutir, fiscalizar e implantar políticas públicas de desenvolvimento urbano e rural. Os conselheiros ainda se reunirão para definir os indicados para compor a diretoria.

O Conselho Municipal da Cidade, que tem caráter deliberativo (deliberações com força de lei), foi criado através do Decreto nº. 4.251, de 26 de janeiro de 2010. Segundo o provável presidente do Conselho, Air de Souza Resende, a criação veio em boa hora, tendo em vista a dificuldade de planejamento e implantação de políticas públicas no município. O que faz com que São João del-Rei não consiga financiamentos junto ao Governo Federal. “Todos gostaram da criação do Conselho, que está representado por diversos segmentos da sociedade. A nossa principal função é a implementação do Plano Diretor em quatro eixos: Habitação; Planejamento Territorial Urbano; Saneamento Básico; Transporte e Mobilidade Urbana. Considero o saneamento ambiental o maior problema da cidade, hoje, além do desafio do trânsito. Precisamos fiscalizar e cobrar estudos de impacto ambiental, financeiro e no trânsito, nas obras da cidade e cobrar o Executivo, em todas as suas ações, a obedecer ao Estatuto da Cidade e ao Plano Diretor de São João del-Rei”, ressaltou Air Resende.

Membros
O conselho é formado por:
• Air de Souza Resende
• Ana Cristina Reis Faria
• Ângela Maria Andrade
• Antônio de Pádua
• Felipe Lugrunilla
• Hamilton Cassemiro Ferreira
• Jorge Alberto de Oliveira
• José Egídio de Carvalho
• Leonardo Geraldo da Silveira
• Lourdes Aparecida Resende de Barros
• Mário Henrique da Costa Nunes
• Miguel Arcanjo de Carvalho
• Ralph Justino
• Ronaldo Sérgio de Azevedo
• Ruth do Nascimento Viegas

Propostas
A 3ª Conferência Municipal da Cidade de São João del-Rei, também, debateu propostas para implantar políticas de desenvolvimento rural e urbano. Entre as quais, “Desenvolver canais constantes e efetivos de participação popular, a fim de que os eventos de planejamentos sejam participativos”; e “Estimular a democratização do acesso à terra urbana, à habitação, ao saneamento básico, aos transportes, aos sistemas de infraestrutura e serviços urbanos; priorizando o atendimento à população de baixa renda”. O secretário Municipal de Governo, Stefânio Rodrigues Pires, considerou a Conferência positiva. “Empossamos os conselheiros. Os representantes da sociedade, comércio, governo e sindicato compareceram e debatemos propostas e políticas públicas para desenvolver a cidade”, afirmou Stefânio.

Delegados são-joanenses
Oito propostas levantadas durante a o encontro municipal serão apresentadas na 3ª Conferencia Estadual das Cidades, a ser realizada em fevereiro, dias 26, 27 e 28, pelos quatro delegados são-joanenses, eleitos depois de muita discussão do regimento: Ilma Aparecida da Silva Rodrigues; Edmílson Salles; Antônio José de Souza; e Mário Henrique da Costa Nunes. O delegado Antônio de Souza disse que vai brigar, em Belo Horizonte, para trazer subsídios para São João del-Rei. “Discutimos ação de políticas públicas e criação e fortalecimento de diversos fundos e conselhos para priorizarmos o crescimento do município. Vamos tentar passar as propostas para a Conferência Nacional das Cidades e trazer verba para nossa cidade”, comentou.

Discussões
Embora os principais objetivos da Conferência tenham sido cumpridos, a demora excessiva na eleição dos delegados da cidade para a 3ª Conferencia Estadual das Cidades, em virtude de discussão do regimento, fez com que as propostas não fossem discutidas e melhoradas em plenária geral.
Apesar disso e da falta de boa parte do poder Legislativo no segundo dia, exceto Vera Lúcia Gomes de Almeida (PT), o resultado foi satisfatório. Agora, fica a expectativa no Conselho Municipal da Cidade, para que ele faça a administração municipal instituir planejamento e políticas públicas efetivos.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

13ª Mostra de Cinema atraiu 35 mil turistas a Tiradentes


De 22 a 30 de janeiro, a vizinha Tiradentes recebeu, aproximadamente, 35 mil turistas e uma plateia de 48. 200 pessoas. A 13ª Mostra de Cinema movimentou mais de R$ 2,5 milhões, gastos na rede hoteleira, restaurantes e atrações turísticas da cidade e cerca de 1.500 empregos diretos e indiretos foram criados. Para o próximo ano, o Ministério da Cultura, por meio da Secretaria do Audiovisual, anunciou editais para a produção de 20 curtas ou documentários e 20 roteiros de longas-metragens num valor total de investimento de R$ 10,8 milhões.


Foram 128 filmes, sendo 99 curtas de 13 Estados do Brasil. Diversidade e vanguarda marcaram a Mostra, que conviveu com a rusticidade de Tiradentes. Em meio a patrimônios históricos, foram discutidas as novas tendências do cinema contemporâneo, seu futuro e volta à desmistificação do processo cinematográfico, ao processo de produção como estética do filme. Algo bem representado na película “Esperando Telê”, de Rubens Rewald e Tales Ab’Saber. “Uma coisa são os filmes que tratam do processo cinematográfico e outra aqueles que tratam de seu próprio processo cinematográfico durante sua realização. Essa é a diferença hoje: o processo se tornou estética e a estética se tornou processo, ambos são indiscerníveis”, argumentou o crítico carioca Carlos Alberto Mattos.

Premiações

A 13ª Mostra fez sete classificações de premiações, oferecendo, aos diretores vencedores, financiamento para a produção de novos filmes. O grande vencedor foi “Estrada para Ythaca”, de Guto Parente, Luiz Pretti, Pedro Diogenes e Ricardo Pretti (CE). O longa foi contemplado como melhor filme pelo Júri Jovem e pelo Júri da Crítica, por causa de sua ousadia e mescla de tradição e modernidade, ao contar a história de amizade dos quatro diretores. “Elegemos “Estrada para Ythaca” como uma aposta em um cinema ousado e vigoroso, realizado coletivamente e que aponta para formas mais cooperativas de se produzir”, explicou Luiz Carlos Merten, Júri da Crítica.


Também foi agraciado, pelo Júri Jovem, o longa “Mulher à Tarde”, de Affonso Uchoa (MG). O Júri Popular escolheu como melhor curta da Mostra Foco, “Obra-Prima”, de Andréa Midori Simão e Thiago Faelli (SP); da Mostra Panorama, “Recife Frio”, de Kleber Mendonça Filho (PE); e, como melhor longa-metragem, o documentário “Herbert de Perto”, dos diretores Roberto Berliner e Pedro Bronz (RJ).

A Mostra

Tiradentes sediou um verdadeiro espetáculo de cultura plural, democrática, inclusiva e permissiva. A 13ª Mostra foi um espaço aberto à contemplação do cinema para cinéfilos, críticos, diretores, crianças e pessoas que nunca pararam para apreciar a sétima arte. Na cidade, o cinema foi espetáculo no Largo das Fôrras (espaço aberto para mais de 2 mil espectadores) e no Cine-Tenda, do Largo da Rodoviária. “A estrutura está espetacular, muito bonita. Dá vontade de ficar mais uns dois dias”, disse Nilo Cruz, aposentado de Niterói (RJ). “É o quinto festival seguido que venho. Acho que está mais vazio que o ano passado, mas está muito bom. Gostei muito do ‘Mamonas para sempre, o DOC’. Não tem como não gostar: mostrou desde o início da banda”, disse Jaciara Lins Berger, de 15 anos, moradora de Brasília (DF).


No Cine-Teatro, que funcionou no Centro Cultural Yves Alves, os diretores encontraram com a crítica e com seu público para debater sua produção e esclarecer dúvidas. Os seminários foram ponto de reflexão sobre o cinema brasileiro, novas mídias e processo e dificuldades de produção. “Vi muitos filmes e debates. Gostei, particularmente, de Estrada para Ythaca, um filme de muita amizade e que foi feito com só R$ 1.780. A Mostra é uma oportunidade muito boa para quem gosta de cinema independente, que convida à reflexão. Os debates complementam e, às vezes, são mais importantes que o filme, pois são únicos, ricos, marcantes e inesquecíveis”, comentou Nádia Padrão, professora de Sete Lagoas.


Mas a cidade não foi apenas cinema, durante os dias 22 a 30 de janeiro. Além das oficinas, a programação atendeu a um público híbrido, com shows, de samba a música eletrônica, atrações para crianças, intervenções de palhaços, cortejo e teatro de marionetes. A cubana Alicia Ulmo Berte, de Havana, gostou muito da programação e do espetáculo montado na histórica cidade. “A cidade é linda, gosto muito de Tiradentes. A estrutura está lindíssima e gosto muito de cinema”, relatou Berte.

Documentário “Verdade de Mulher”

No Cine-praça, amontoaram-se uma quantidade incontável de pessoas para assistir, no dia ao documentário “Verdade de Mulher”, da diretora Maria Luiza Aboim. O filme tratou de violência simbólica, sexual e psicológica contra as mulheres e foi motivado pelo estupro que a filha da diretora sofreu, ainda na infância. No largo das Forras, entre a luz parcimoniosa que o cinema projetava, percebiam-se olhos chocados e emocionados de jovens a idosos.


O púbico aplaudiu de pé e fez fila para abraçar e parabenizar a diretora, pela corajosa narrativa de um tema tão presente e velado na sociedade atual. “Contei a história da minha filha e tentei entender o fenômeno da agressão contra as mulheres. Foram 10 anos de filmagem e entrevistas, feitas por mim. Optamos pelo preto e branco porque o filme não era para ser colorido, quisemos enfocar no tema, na fala das pessoas. È um filme difícil, pesado, que remete a pessoas conhecidas. Ainda pretendo estender o filme para falar da Lei Maria da Penha”, comentou a diretora Maria Luiza, após a exibição do documentário.